O Brasil se aproxima de um dos momentos mais transformadores da sua história fiscal. A Reforma Tributária, com início programado para 2026, já é uma realidade incontornável. E, como consultor contábil, posso afirmar com tranquilidade: esperar para ver não é uma opção. A preparação antecipada será o diferencial entre empresas que prosperarão e aquelas que enfrentarão turbulência.
Neste artigo, quero compartilhar orientações práticas e estratégicas para que você — gestor, empresário ou contador — entenda como antecipar os impactos da reforma, reestruturar seu planejamento tributário e garantir segurança jurídica e financeira durante a transição.
1. CBS e IBS: A Nova Lógica Tributária Está Chegando
A substituição dos tributos PIS e COFINS pela CBS, e do ICMS e ISS pelo IBS, trará mudanças radicais na forma como empresas apuram e recolhem seus tributos.
Esses novos modelos prometem maior simplicidade e transparência, mas exigirão uma revisão completa da matriz tributária. Isso significa revisar operações, precificação, margens de lucro e estrutura de custos. É essencial que, já em 2025, as empresas iniciem simulações comparativas para entender o impacto da nova lógica fiscal.
👉 Dica prática: Comece agora a mapear como sua empresa será afetada pelas novas regras. Planeje cenários com apoio de sistemas de simulação tributária e reavalie processos operacionais.
2. Oportunidade na Transição: Revisões Fiscais Estratégicas
Entre 2026 e 2033, o modelo atual e o novo sistema tributário irão coexistir. Essa fase híbrida será crucial para ajustes estruturais e correções de rota.
A convivência dos dois regimes abre espaço para revisões fiscais aprofundadas, reavaliações societárias e ajustes no planejamento tributário. É um momento raro, onde mudanças podem ser feitas com amparo legal e menor impacto, se bem conduzidas.
👉 Dica prática: Use o período de transição como janela para revisar práticas fiscais antigas, regularizar situações duvidosas e alinhar sua empresa ao novo padrão contábil-tributário.
3. O Crédito Fiscal Vai Mudar: Qualidade Documental é a Nova Regra do Jogo
A proposta da reforma prevê um modelo mais amplo e automatizado de crédito tributário, permitindo abatimentos mais generosos, inclusive sobre insumos de uso e consumo.
Porém, esse crédito só será aproveitado por quem tiver processos fiscais organizados, documentação rastreável e conformidade total. Ou seja, o crédito será mais amplo, mas também mais exigente.
👉 Dica prática: Reforce desde já os controles internos, sistemas de ERP, políticas de compliance fiscal e a capacitação da equipe responsável pela emissão e auditoria de documentos fiscais.
4. A Cumulatividade “Disfarçada”: Um Alerta Técnico
Embora a reforma prometa um sistema totalmente não cumulativo, tributaristas alertam para exceções e regimes especiais que, na prática, podem manter traços de cumulatividade indireta.
Isenções, reduções de base de cálculo e regimes favorecidos devem ser analisados com atenção. A neutralidade fiscal prometida dependerá fortemente da regulamentação complementar que ainda está por vir.
👉 Dica prática: Evite expectativas simplistas. Mantenha uma postura crítica e técnica sobre a aplicação real das novas regras, buscando assessoria especializada para setores sensíveis.
5. Comitê Gestor do IBS e Leis Complementares: O Detalhe Que Faz a Diferença
O sucesso da Reforma Tributária dependerá de sua regulamentação prática. Leis complementares trarão as definições técnicas: alíquotas, prazos, regras de crédito, obrigações acessórias e critérios de apuração.
Além disso, a criação do Comitê Gestor do IBS será fundamental para definir a dinâmica de arrecadação e repasse entre estados e municípios.
👉 Dica prática: Acompanhe os desdobramentos legislativos com atenção. Participe de consultas públicas, mantenha-se atualizado por fontes oficiais e integre seu escritório ou empresa a fóruns de discussão sobre a reforma.
Déjà Vu Fiscal: Lembranças do SPED e as Lições para Agora
Para muitos profissionais da área fiscal, a chegada da reforma remete ao período da implantação do SPED — um momento de incertezas, adaptações dolorosas e grandes investimentos. Mas também foi um marco de modernização.
A diferença agora é que a escala da mudança é ainda maior. E o aprendizado do passado é claro: quem se antecipou colheu os melhores frutos. Quem esperou, correu atrás do prejuízo.
Conclusão: Quem se Antecipar, Lidera
A Reforma Tributária é inevitável. A questão é como cada empresa vai reagir a ela. A reação passiva será sinônimo de perda de competitividade, insegurança jurídica e custos imprevistos. A ação estratégica, por outro lado, colocará empresas em posição de liderança.
Como consultor contábil, minha recomendação é clara:
Prepare sua empresa agora. Não apenas para sobreviver à reforma, mas para crescer com ela.
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